quinta-feira, 9 de abril de 2009

Instituto Penal e Polícia Civil oferecem Programa de Recuperação de Documentos aos Internos


"Pela primeira vez no Estado, peritos papiloscopistas confeccionaram documentos de identidade em um estabelecimento penal. As digitais dos internos foram colhidas dentro do Instituto Penal de Campo Grande (IPCG). A iniciativa da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), resulta de uma parceria com o Instituto de Identificação da Polícia Civil.

No período da manhã, 18 presos que estavam sem Registro Geral (RG) participaram do Programa de Recuperação de Documentos desenvolvido pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Alguns estavam usavam identidade falsa, outros extraviaram a carteira de identidade durante as operações policiais, há ainda os que perderam o RG.

De acordo com o diretor do IPCG, Erani Bueno, a ausência de documentos de identificação impedem: a matrícula no colégio da unidade, o trabalho para a remissão de pena, a confecção de carteiras de visita e até benefícios como auxílio doença. É o caso de Luiz Gustavo Vieira, que tirou a 2ª via do RG e agora vai solicitar benefício financeiro para cuidar da saúde. “Eu sou soropositivo e preciso de tratamento diferenciado para cuidar da saúde. O que só é possível graças ao documento que acabo de tirar.”

A primeira via do RG custa pouco mais de R$ 21 e a segunda sai a R$ 56, valor coberto pela Sejusp, fato que facilitará a vida dos internos, sobretudo, quando voltarem ao convívio social. O Programa, que começou hoje (25), será permanente. Segundo Erani Bueno, a grande vantagem de oferecer o serviço no estabelecimento penal é a economia com a remoção dos presos, já que, a saída dos internos movimenta vários setores do poder judiciário, com despejas para a escolta, o transporte e a autorização para deixar o presídio.

Alexandre Ferreira da Silva, perito papiloscopista, afirma que o documento será entregue aos detentos em quarenta dias, tempo de espera igual ao das outras pessoas e que serve para checagem das informações obtidas pela polícia."

Por: Lucineia Ramos


Comentário:


"Grilhões e Ressocialização. "Na França, como na maior parte dos países europeus - com a notável exceção da Inglaterra - todo o processo criminal, até à sentença, permanecia secreto; ou seja, opaco não só para o público, mas para o próprio acusado. O processo se desenrolava sem ele, ou pelo menos sem que ele pudesse conhecer a acusação, as imputações, os depoimentos, as provas. Na ordem da justiça criminal, o saber era privilégio absoluto da acusação”. “O mais diligente e o mais secretamente que se puder fazer”, dizia, a respeito da instrução, o edito de 1498. De acordo com a ordenação de 1670, que resumia, e em alguns pontos reforçava, a severidade da época precedente, era impossível ao acusado ter acesso às peças do processo, impossível conhecer a identidade dos denunciadores, impossível saber o sentido dos depoimentos antes de recusar as testemunhas,... Impossível ter um advogado, seja para verificar a regularidade do processo, seja para participar da defesa”. “O interrogatório é um meio perigoso de chegar ao conhecimento da verdade, por isso os juízes não devem recorrer a ela sem refletir. Nada é mais equívoco. Há culpados que têm firmeza suficiente para esconder um crime verdadeiro...; e outros, inocentes, a quem a força dos tormentos (tortura) fez confessar crimes de que não eram culpados".(MICHEL FOUCAULT, pensador e escritor francês contemporâneo, nasceu em 1926 e morreu em 1984. Formado em Filosofia e Psicopatologia), “Na atualidade, a grande discussão é sobre a defesa cada vez maior da abolição gradual da pena restritiva de liberdade e, até mesmo, sobre o desaparecimento de algumas figuras típicas da legislação punitiva, adotando-se o que se convencionou chamar de” direito penal mínimo". O principal argumento dos mais renomados doutrinadores defensores dessa idéia está na ineficácia da pena de prisão, uma vez que, como explicado anteriormente, as raízes do crime são muitas, especialmente a questão sócio-econômica. Enquanto isto não ocorre, conclui-se que - para se chegar o mais próximo possível dos objetivos da pena - o sistema penitenciário deve adotar políticas que valorizem o trabalho prisional, a assistência educacional formal e profissionalizante, o esporte, o lazer, o contato com o mundo exterior, além de assegurar os direitos humanos de cada cidadão e o individualizar.”. (Rafael Jamur Contin, Acadêmico do 8º período da Faculdade de Direito de Curitiba Inserido em 1/12/2003.). Segundo o meu pouco tempo que trabalho como Agente penitenciário que é aproximadamente 18 anos, e nesta minha experiência, concordo plenamente com o sr, Rafael J. Contin, hoje em dia para que o preso seja reincercido na sociedade, com dignidade e educação, estes setores; trabalho, recreação, educação e esportes, teem que ter uma prioridade maior dentro das penitenciárias, sem ferir as condições de segurança, para que o preso saia da prisão educado e reciclado, sem levar a prisionização que são as seqüelas do sistema penitenciário, para a sua família e a sociedade. Antigamente quando uma pessoa cometia um delito, ou crimes de homicídio, eram-lhe colocados os grilhões, sem direito a defesa, então depois de torturado era levado à corte real e era-lhe aplicada à pena pelo Rei, Inquisidor (Igreja) ou Imperador, que geralmente era; a fogueira, a tortura o chicote a amputação de membros a forca, a guilhotina e a pena perpétua. À espera da pena, o preso aguardava sendo torturado por carrascos em masmorras, subterrâneas úmidas e imundas, onde a dignidade humana estava longe e esquecida. Hoje em dia com as novas para os Direitos Humanos, foram construídas prisões e penitenciárias que tentam dar um pouco mais de humanização aos presos, tendo em vista as condições de estudos para os presos e trabalhos por empresas que teem permissão para montar setores de trabalho dentro das penitenciárias. Outra atividade importante para combater o ócio nas penitenciárias, são os setores de recreação e esportes, que ocupam o preso com noções claras de educação e cidadania, aplicada por técnicos em adaptação carcerária e ressocialização, e especialistas em tratamento penal. Por esta minha experiência na lida com os presos, ouvindo suas queixas e reclamações, sei o quanto é importante este trabalho, então sugiro que ainda se crie urgente condição, como empresas do Estado onde todos os presos sem exceção poderão aprender novos ofícios, as quais lhes pagariam 25% do seu salário, um salário pré-determinado pelo estado para os presos, sendo 25% para o Fundo penitenciário, e 25% para a sua família e os outros 25% o Estado depositaria em um Banco em nome do preso, o que lhe dado ainda a remissão da pena que são três dias de labor por um de remissão, para o ajudar em sua reinserção na sociedade. Isto sim é uma boa forma de ressocialização porque assim evitaria que os presos quando saíssem da penitenciária voltassem a cometer crimes novamente, e tenham condições financeiras para sustentar a sua família ou até mesmo abrir um negócio próprio, uma loja de artesanatos, uma pequena fabrica de bolas, de bolsas, enfim, ser um autônomo, já que o preconceito de fato, é mais um que auxilia a volta ao crime."

Por: Adilson de Alencar Borges


Publicado em Pantanal News


Nenhum comentário: